sexta-feira, 26 de julho de 2013

Salubá Nanã



Nanã nos faz evoluir. 

Sua energia vibra, ensina, estimula e nos mantém nos caminhos necessários para o crescimento. Sua calmaria aparente guarda sua força decantadora, que organiza, dinamiza e nos prepara para dias melhores!




Origens Orixá Nanã – Lendas, Histórias e Raízes Africanas

Na tradição africana, a Orixá Nanã é reverenciada como Nàná Burúkú (ou Buruquê) e representa o ponto de contato da terra com as águas. É uma Divindade Suprema que fez parte da Criação: é a responsável pelo elemento barro, que emprestou a Oxalá para que este moldasse o primeiro homem e todos os seres viventes da Terra. Com a junção de água e terra surgiu o barro.
Com o Sopro Divino, o barro representa movimento. O movimento adquire estrutura. Do movimento e da estrutura surgiu a Criação, o Homem.
No Candomblé, por exemplo, afirma-se que Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado pela mitologia Iorubá, há séculos, quando o povo Nagô conquistou o Daomé (atual República do Benin), assimilando sua cultura e incorporando algumas Divindades dos povos dominados.
Nesse processo de encontro de culturas, Nanã (mito Jêje) assume a figura de mãe dos filhos do Daomé, enquanto Oxalá permanece como pai, também, dos daomeanos (embora não fizesse parte da sua mitologia primitiva). Os mitos daomeanos eram mais antigos que os Nagôs, pois vinham de uma cultura que se mostra anterior à descoberta do fogo. Então, tentou-se acertar essa cronologia colocando-se Nanã e o nascimento de seus filhos como sendo fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. Neste contexto, Nanã é a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluayê) e Oxumarê.
Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza, em si, morte, fecundidade e riqueza. É associada à fecundidade e à prosperidade porque a Ela se pedem filhos; lembrando-se que nas antigas sociedades tribais ter muitos filhos era sinônimo de riqueza (capacidade de sustentá-los) e também de se perpetuar o nome daquele clã.
Para os Jêje, da região do antigo Daomé, seu nome significa “mãe, mãezinha”. Nessa região, Nanã é considerada a Divindade suprema. Talvez por isso, frequentemente é descrita como um Orixá masculino.
A vida está cercada de mistérios que, ao longo da História, atormentam o ser humano. A morte desperta no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nessse momento Nanã se fez compreender: porque é na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram Seus mistérios. Nos primórdios da História, os mortos eram enterrados em posição fetal; o que remetia a uma idéia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã. Pois Nanã é o princípio, o meio e o fim; é o nascimento, a vida e a morte; é a origem e o poder. Entender Nanã é entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a Terra. Nanã é água parada, água da vida e da morte.
Considerada a mais velha Divindade do panteão africano, Nanã está associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. Ela e Obaluayê foram os únicos Orixás que não reconheceram a soberania de Ogum como dono dos metais, justamente por serem mais antigos que ele. Segundo pesquisas de Pierre Verger, há indícios de que Nanã e Obaluayê eram cultuados desde antes da Idade do Ferro; e esta é a razão de não se utilizar instrumentos de ferro nas suas oferendas. Na África antiga, acreditava-se que entre o mundo dos vivos e o dos mortos existe uma passagem, cuja regente é Nanã, Senhora da Morte, geradora de Iku (a Morte).
Desde suas origens na África, Nanã é reverenciada como o grande Orixá que tem o domínio sobre as enchentes e as chuvas, bem como sobre o lodo produzido por essas águas. Ela também é a mãe e avó, a protetora dos homens e dos idosos, a padroeira da família.
Uma das primeiras características de Mãe Nanã é a maleabilidade. Ela desfaz o que está paralisado nos seres, dando-lhes mais movimento. Quando o ser estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele se petrifica, fica impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe Nanã, para se tornar mais flexível.
Outra característica de Nanã é a decantação. Ela trabalha os seres em seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias desequilibradas.  Isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”. O seu primeiro elemento de atuação é a água e o segundo é a terra. O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido, “amolece”, torna permeável, permite adquirir e absorver outros valores. Então, a terra se junta à água, formando “um barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado no ser, ele poderá recomeçar sua evolução.
Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã. Pensar num lago. Um lago tem a superfície calma, águas tranqüilas, tudo parece estar parado. Porém, quando você atira nele qualquer coisa, verá que ele puxará para o fundo e decantará silenciosamente.
Assim é a Energia de Nanã, a mais velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe Oxum, simbolizada pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a energia da Mãe Jovem. E, ao decantar nossas emoções e sentimentos Ela também pode nos curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional como raiva, inquietação, impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja, etc. Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã nos acalma e nos transforma. Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos.
Irradiação: Decantação e Evolução
Campo de atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás (também Roxo e Rosa)
Data comemorativa: 26 de julho
Sincretismo: Nossa Senhora de Santana

Minha mãe é Nanã
É o Orixá mais velho do céu
Nanã, oh Nanã Buroquê
Firma seu filhos, agora eu quero ver
Senhora Santana
Dai-nos vossa proteção
Valei-nos avó de Aruanda
Valei-nos com sua benção
Com seu manto consagrado
Com sua estrela bendita
Valei-nos senhora Nanã
Livrai-nos das horas aflitas


Salubá Nanã!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Disciplina e Hierarquia na Umbanda


Umbanda é Magia – e magia não é privilégio de ninguém. Magia é a arte de manipular a natureza, criando campos de força. E é exatamente isso que fazem os Guias nos terreiros de Umbanda. Mas para que todo esse campo de força funcione é preciso que haja entendimento em dois elementos: Disciplina e Hierarquia.

A hierarquia na Umbanda é respeitadíssima por todos os participantes. O Zelador Espiritual dita as regras e a filosofia da Casa, o Diretor de rito e seus auxiliares diretos, como o Cambono Chefe, cuidam da gira e dos médiuns, e os curimbeiros cuidam da harmonia e do conjunto de instrumentos usados no terreiro.

Sobre a obediência à hierarquia o Caboclo Sete Encruzilhadas disse: “Quem não sabe obedecer, jamais poderá mandar”.

Não converse na sessão, respeite a terreira, respeite seus irmãos de corrente, principalmente nunca prefira esse ou aquele orixá... respeite todos por igual e sempre preste atenção no que é dito pelos guias na sessão. Então faça silêncio e mantenha-se concentrado.

Este conjunto de respeito forma a união e a integridade mágica da casa espiritualista de Umbanda. Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os auspícios da Espiritualidade SuperiorO que parece, às vezes, exagero do Dirigente no sentido da manutenção da disciplina, do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não permissão de fofocas ou conversas fúteis, constitui-se, na verdade, no grande pára-raio ou entrave à entrada de espíritos obsessores, zombeteiros, mistificadores que, em nome de uma suposta caridade sentimentalóide e adocicada, atuam criando confusões, brigas, desentendimentos, desânimos e queda da Casa Umbandista. Todo cuidado é pouco. Não importa que agrade ou desagrade.


Quem tem espírito de amor e busca um Templo sério, e a verdadeira espiritualidade que conduz à evolução, compreende, adere. Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade e a ignorância são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis para a produção de parada ou desmoralização de um Grupo Espiritualista.

ORAÇÃO A NANÃ


À minha mãe Nanã,
eu peço a benção e proteção
para todos os passos de minha vida.

À minha mãe Nanã,
eu peço que abençoe o meu coração,
minha cabeça, meu espírito e meu corpo.

Que aos poderes dados
somente à Senhora das Senhoras,
sejam caridosos e benevolentes,
e me escondam de meus inimigos
ocultos e poderosos.

Minha querida Mãe e Senhora,
tenha piedade de meu coração.

Minha querida Mãe e Senhora,
faça com que eu seja puro de coração
para merecer a sua proteção e caridade.

Salubá Nanã Buruquê!

Umbanda: Contos e Causos

DE OLHOS FECHADOS
Sentado ali em frente de seu congá o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade. Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais. Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.
O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças. Cresce e acaba se tornando mediun Umbandista. Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas “giras de desenvolvimento”.
Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.
Já não é mais mediun de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro.
Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes , festas... Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior a pratica da caridade. Os anos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoa procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança...
Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam criticando o que ontem lhes era sagrado...
Presenciou pessoas que vindas de outras religiões e que encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pôr trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").
Solteiro permanecia até hoje pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas aguentou ficar a seu lado, pois para ele, a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento.
Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena. Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino.
A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda, este era o nome da esposa.
Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade.
O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do preto velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Ere emociona a ele e a todos...
Enfim, sente-se útil ao trabalhar...
Hoje não tem gira. O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca.
Ele esta de costa para todos de frente para o conga.
O cheiro da defumação invade suas narinas...
Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria.
Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos.
Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.
Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê caboclos, boiadeiros , pretos velhos, marujos, baianos, erês e toda uma gama de Guias até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira.
Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.
Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles mas é impedido.
O caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro...os demais o acompanham.
O velho pai de santo não aguenta e chora emocionado...
As lagrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados...
Nota uma luz brilhante em sua direção, Yansa e Omolu se aproximam, seu caboclo os saúda e é correspondido.
A luz o envolve completamente. Já não se sente mais velho; na verdade sente-se jovem como nunca. Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz. Todos os guias fazem reverência...
O terreiro vai ficando longe envolto em luz...Ele sorri alegre...A missão estava cumprida...
No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá. Tinha nos lábios um sorriso...
Autor: Cássio Ribeiro
(Umbandista, radialista e presidente da Fucabrad)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

PENSAMENTO


A espiritualidade ou qualquer outra forma de religião deve ser usada constantemente não só com objetivo de conquistar alguma coisa mas também para alcançar o nosso equilíbrio. Sem o equilíbrio dificilmente estaremos em condições de nos preparar para algum objetivo. Por que isso? Diariamente nós despendemos muita energia com nossos afazeres habituais e isso nos coloca em desequilíbrio gerando cansaço, stress e outros sintomas. A oração ou a meditação nutrem nossa alma de energia e conhecimento e é o nosso contato direto com Deus. Portanto, não devemos recorrer a ela somente nos momentos difíceis porque a conquista de uma graça pode ser imediata, mas o equilíbrio é uma busca constante. Reservemos sempre alguns minutos do nosso dia para nutrirmos dessa energia, como um alimento, só que para nosso espírito. Muitos dão a desculpa de não ter tempo pois tem uma vida muito atribulada, só que a espiritualidade não é tempo que resta e deve ser inserida no nosso dia como um compromisso normal, e isso não vai custar tanto tempo assim. A nossa consciência de que somos espíritos em essência tem que ser despertada e não ficarmos obcecados somente com coisas materiais. Vamos trabalhar tanto o nosso lado material como espiritual porque assim estaremos nos condicionando de tal forma a chegarmos com mais facilidade aos nosso objetivos. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

PENSAMENTO


Não deixemos nossa autoestima ficar lá embaixo em função de resultados que ainda não estão bons ou projetos indefinidos. Confiemos sempre em nossa estrela. Se não fizermos isso, teremos a sensação de que todos são melhores e o que estamos fazendo está errado. Conforme já dizia Buda, com toda sua sabedoria: "Nós somos aquilo que pensamos ser" logo, nos tornaremos espíritos sem Luz e sem forças para lutar, pois não nos julgaremos capazes. A vida é feita de momentos bons e outros nem tanto, mas isso é para todo mundo. Não olhemos debaixo as pessoas, nem os problemas e sim com a grandeza que o nosso espírito merece. Agindo assim, a mente pensará grande como nosso espírito, e a nossa energia se desbloqueará.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

PENSAMENTO


Não deixemos a insegurança atrapalhar o primeiro ou o próximo passo dos nossos projetos. Quando ela aparece vem na nossa mente tudo que possamos imaginar para o que queremos se torne inviável. Essa insegurança pode vir com o medo do que os outros vão pensar e também por não nos acharmos suficientemente capazes de realizar grandes projetos ou até alguma coisa totalmente diferente de tudo que sonhávamos para nossas vidas. E isso tudo paralisa nossas ações. Só que a busca da felicidade envolve correr riscos, olhar para dentro de nós e ter a confiança de que podemos e não esperar a aprovação dos outros. O máximo que poderá acontecer será ouvirmos um "não" ou não conseguirmos atingir o que esperávamos. Mas isso não nos diminuirá, pelo contrário, mostrará que tivemos coragem de enfrentar a tudo e todos em busca do que achávamos certo. Para saber se vai dar certo precisamos tentar. A vida é para aqueles que tentam ser felizes e não para aqueles que tem medo de se aventurar.