quinta-feira, 8 de março de 2012

O Poder da Velas

“O FOGO É A REPRESENTAÇÃO DA DIVINDADE”

 

Dentro da magia universal as velas foram sempre utilizadas na maior parte dos rituais em que se precisa realizar algum contato com forças superiores ou inferiores, isto, claro, dependendo da moral de quem vai se utilizar das forças mágicas, já que magia não pode ser distinta de forma especifica em branca ou negra, pois estes aspectos são facetas interiores daquele que pretende mobilizar as forças cósmicas.
Não existe uma noção exata, de quando se iniciou o uso das velas religiosamente, mas seja em uma vela feita em parafina, cera, ou uma lamparina, esta chama possui um calor e luz, e faz assim chamar a nossa atenção para irmos de encontro com o nosso íntimo, com nosso objetivo, buscarmos respostas e entrarmos em sintonia com os seres que nos são afins.
Todo ato cumprido, todo resultado perfeito do trabalho mágico é primeiro praticado e finalizado na mente. Os atos rituais que se seguem são destinados a agir como agentes solidificadores para concretizar uma forma pensamento projetada e enviada pela mente de quem acende a vela.
Em essência, o ritual age como o impulso que traz o pensamento, desde a imaginação completada até a manifestação física no plano material.
Uma das várias razões da influência mística da vela na psique das pessoas, é a sensação de que ela, através de sua chama, parece ter vida própria. Embora, na verdade, saibamos através do ocultismo, que o fogo possui uma energia conhecida como espíritos do fogo ou salamandras.
A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.

AS VELAS NA UMBANDA

 

As velas vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.
A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia.
Quando um umbandista acende uma vela, ele está abrindo uma porta interdimensional, onde sua mente consciente entra em contato com a força de seus poderes mentais.
A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica, uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente.
Nos terreiros, há sempre velas acesas, são pontos de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou.
O ato de acender uma vela deve ser um ato de fé, de mentalização e concentração para a finalidade que se quer. É o momento em que o médium faz uma “ponte mental”, entre o seu consciente e o pedido ou agradecimentos à entidade, guia ou Orixá, em que estiver afinizando.
Muitos médiuns acendem velas para seus guias, de forma automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso que se tenha consciência do que se está fazendo, da grandeza e importância (para o médium e Entidade), pois a energia emitida pela mente do médium,irá englobar a energia ígnea (do fogo) e, juntas viajarão no espaço para atender a razão da queima desta vela.
A intenção de acendermos uma vela gera uma energia mental no cérebro; e essa energia que a entidade irá captar em seu campo vibratório. Assim, mais uma vez podemos dizer que: nem sempre a quantidade está relacionada diretamente à qualidade, a diferença estará na fé e mentalização do médium.
De qualquer forma é importante deixar claro que os espíritos captam em primeiro lugar, as vibrações de nossos sentimentos, quer acendamos velas ou não!

AS VELAS , FALANGES E ORIXÁS

 

Oxalá: Branca
Oxossi: Verde
Xangô: Marrom
Ogum:Vermelha
Oxum: Amarela
Iansã: Laranjada
Yemanjá: Azul
Omulú: Bicolor preta e branca
Nanã: Roxa
Erês: Rosa e/ou Azul
Pretos Velhos: Brancas ou bicolor preta e branca
Marinheiros: Bicolor branca e azul, ou branca, ou azul.
Boiadeiros: Branca
Baianos: Branca
Exus: Bicolor preta e vermelha ou vermelha.
Pombagiras: Vermelha
Malandros: Bicolor amarela e preta

Obs.: Estas cores podem variar de casa para casa e conforme o tipo do trabalho.


CURIOSIDADES
 

Velas Quebradas ou Usadas
Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens, ou que não estejam quebradas.
A vela virgem está isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia.
Com relação a vela quebrada trata-se apenas de uma preocupação mental:  psicologicamente, a pessoa acredita que um trabalho perfeito precisa de instrumentos perfeitos. Se o trabalho obtiver sucesso, o detalhe da vela quebrada não será notado: mas, se falhar, será tido como principal fator de seu fracasso o fato de a vela estar quebrada.
Fósforo ou Isqueiro
Em muitas casas existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos de fósforos, evitando acendê-las com isqueiro.
Normalmente, os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química, em contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações, que funciona como um comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório, promovendo desta forma uma limpeza psíquica no ambiente. Não é a pólvora que faz a limpeza, mas a mente do médium, se ele conseguir ativa-la para este fim.
Vela de Sete Dias
Na Umbanda, alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos de acordo com a psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela isoladamente não há nenhum tipo de reforço que se baseia na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos.
Vela de Cera Natural
A cera natural, vinda das abelhas, é impregnada dos fluidos existentes nas flores, em grande quantidade. Este elemento, vindo da natureza, é utilizado na prática do bem e do mal, como matéria-prima poderosa para somar-se com os teores dos pensamentos, tornando eficaz o trabalho e o objetivo ao qual se propõe. Comparada a uma bateria, uma pilha natural, a cera sempre foi utilizada em larga escala na magia. É considerada, na espiritualidade, como uma das melhores oferendas por ter, em sua formação, os quatro elementos da natureza ativos, desprendendo energia. O fogo da chama, a terra e água (através da cera), o ar aquecido queimando resíduos espirituais.

CONSELHOS ÚTEIS 

  • Conforme já foi abordado aqui no blog, seria ideal se, ao menos semanalmente, acendêssemos uma vela branca (ou sete dias), para nosso Anjo de Guarda. É uma forma de mantermos um “laço íntimo”, de aproximação.
  • No caso de acender velas para um ente querido, já desencarnado, é recomendado que se faça em um lugar mais apropriado (cruzeiro das almas do terreiro, cemitério, igreja) e não dentro de casa; isto porque, ao mentalizarmos o desencarnado, estamos entrando em sintonia com ele, fazendo a ponte mental até ele, deixando este espírito literalmente, dentro de nossas casas. O que não seria o correto, pois estaríamos fazendo com que fique mais “preso” ao mundo carnal, atrasando assim a sua evolução espiritual. Agora ao fazermos isso em um local apropriado, estes locais já possuem “equipes de socorristas” e doutrinadores, os quais irão ajudá-lo na compreensão e aceitação de seu desencarne.
  • Se precisar apagar a vela que esteja sendo usada ritualisticamente, JAMAIS o faça soprando a vela. Elas só podem ser apagadas com abafador ou com os dedos, jamais sopre essas velas.
  • A vela deve ser muito bem fixada, se não tiver uma base grande. Especialmente no caso das cilíndricas, é importante fixá-las para que não caiam; assim, use a cera dela mesma para fixar, mesmo que esteja em candelabro.
  • Dependendo do tamanho é interessante colocá-la dentro de um copo ou de um vidro refratário, com um pouquinho de água no fundo, para que a parafina não grude: havendo água no fundo, só um pouco, o que sobrar da parafina sai inteiro, sem grudar, mas sem água você só vai conseguir limpar o copo com água fervendo.

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