Semana
difícil, daquelas de testar os nervos da mais equilibrada das
criaturas. Como todo simples mortal, me desesperei... Chorei, entrei em
pânico, pensei mil e uma besteiras, fraquejei.
Nas horas de maior desespero muitas vezes esquecemos de tudo o que aprendemos, e também o que ensinamos. Não posso ser hipócrita e dizer sempre a vocês "Estou bem"... Falhei, mas fui socorrida, e vim aqui dividir isso com vocês.
Em um dos meus momentos de angústia e desespero vi sombras passarem perto de mim e sabia que poderia me deixar levar. Resolvi implorar por socorro àqueles em quem mais confio: nosso Pai Oxalá e aos Orixás da nossa sagrada Umbanda.
Precisava que a justiça fosse feita, e recorri à Xangô. Pedi licença ao meu Pai Ogum e à minha Mãe Iemanjá e implorei com todas as minhas forças que fosse feita justiça.
Sempre me ensinaram no terreiro que quando se pede justiça à Xangô ele faz "justiça", não importa se isso irá te beneficiar ou não, ele é justo e ponto. Então, ao pedirem justiça à Xangô cuidado, pois se não for certo o que queres, nem sempre será o beneficiado. "A justiça é cega".
Pedi que meu Pai Ogum abrisse meus caminhos, que minha Mãe Iemanjá me acalmasse, que minha madrinha Iansã ventasse para longe de mim tudo o que estivesse errado, mas em especial ao meu padrinho Xangô que me ajudasse com justiça.
E assim seguiram os dias onde Xangô foi me direcionando e clareando a minha mente; Ogum abriu meus caminhos; Iemanjá me manteve calma apesar de apreensiva, e Iansã ventou...
Ter Ogum de frente me faz guerreira nata, persistente, sempre! Iemanjá equilibra para não botar os pés pelas mãos com essa mania de seguir em frente compulsivamente.
Uma vez me perguntaram se conhecer Pai e Mãe de cabeça não era ruim, se com isso não acabaríamos deixando os demais orixás de lado, bom...acho que essa minha história é uma boa resposta, não acham?
Sou muito Ogum e Iemanjá, mas essa semana precisei da justiça de Xangô, e ele me atendeu. Já houve momentos em que precisei da ventania e da força de Iansã; da cura de Obaluaê; da calma de Nanã; do desbravamento de Oxóssi; da sensibilidade de Oxum; da inocência de Cosme e Damião; e principalmente do acolhimento de nosso Pai Oxalá.
Temos que lembrar que todos somos filhos de um Pai Maior, e como filhos seremos sempre acolhidos,
por quem quer que seja.
Ele bradou na aldeia
Bradou na cachoeira em noite de luar
Do alto da pedreira
Vai fazer justiça pra nos ajudar
Ele bradou na aldeia
Kaô, Kaô
Ele vai bradar
Kaô, Kaô
Ele é Xangô das pedreiras
Ele nasceu na cachoeira
Lá do Juremá
Kaô Kabecilê
(Enviado por uma irmã de fé)
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