Um dos assuntos que gera preconceito com nossa religião é o uso de bebidas alcoólicas nos terreiros de Umbanda. Mesmo entre os umbandistas, dependendo do terreiro, esse tema é polêmico.
Bem,
quando entrei para a religião uma das primeiras coisas que aprendi é
que dentro do terreiro uma rosa não é apenas uma rosa mas sim uma
energia, uma fruta não é apenas uma fruta, mas uma energia, e assim
todas as coisas utilizadas pelos guias ou utilizadas em oferendas, por
exemplo, são energias que serão manipuladas para determinado fim.
Sendo assim o uso da bebida pelos guias de Umbanda e Quimbanda tem fundamento.
O
álcool representa em si a essência dos elementos: é líquido, veio da
terra (cana), pega fogo e é extremamente volátil. É da própria
constituição que se assemelha ao éter e assim à passagem do plano
material para o etéreo.
Não
só do ponto de vista magístico, mas de outros pontos de vista existe a
razão da utilização desse elemento. A bebida alcoólica serve para
movimentar forças sutis necessárias a realização de algum trabalho ou
movimentação magística. Junto com o fogo e com a fumaça (defumação e
tabaco) são essenciais na destruição de campos deletérios e de vínculos
realizados por feitiçaria. Ou seja, há uma razão para a utilização do
álcool, sob diversos pontos de vista.
Em
muitas religiões da África o vinho de palma, entre outras bebidas com
teor alcoólico, são néctares das divindades. Os Gregos possuíam uma
divindade para o Vinho. Em religiões e cultos xamânicos e ameríndios, em
situações determinadas, muitos pajés fazem uso de bebidas com
características semelhantes às alcoolizadas.
Enfim, o álcool é um dos fundamentos da Umbanda e é muito utilizado na magia e nas mirongas, saber o porquê de seu uso e combater o preconceito quanto a ele somente engrandece nossa força e traz respeito aos fundamentos e a maneira de fazer caridade da Umbanda.
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