quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

“Defuma com as ervas da Jurema…”


Entoando o cântico da Jurema, o aparentemente simples carvão em brasa se torna elemento-veículo para que as ervas secas – material já transformado – novamente entre em ritmo de transformação, desta vez se fundindo e liberando no elemento eólico (ar) suas qualidades curativas e equilibradoras, profiláticas e limpadoras dos campos astrais mais sutis, mais externos e dissolvedoras dos acúmulos de organismos insensíveis ao elemento aquático.
Essa cena é muito comum nas casas umbandistas. Normalmente, os trabalhos de caridade são precedidos de uma boa defumação. Ela prepara o ambiente, o astral dos médiuns, e há quem possa ver o movimento no Astral espiritual e que confirme todos os espíritos que irão trabalhar na sessão daquele dia, se defumam também na contraparte etérica, e além de se defumar, guardam em dispositivos armazenadores astrais, uma boa parte das essências vegetais-eólicas, para posterior uso durante os passes.
Tão antigo quanto os banhos, as defumações aliam dois elementos importantes no trato com as ervas: o fogo e o ar.  O elemento vegetal não combina com o fogo. O fogo é elemento oposto ao vegetal. Essa afirmação é verdadeira quando falamos do vegetal in natura, a erva fresca.  Como já dissemos, a erva fresca tem uma grande concentração de água. Em verdade, é esse o componente oposto ao fogo, a água contida no vegetal.
Já dissemos anteriormente que a erva seca passou por uma transformação, pois do seu organismo material foi retirado a água. Isso faz com que a erva, já seca, possa fundir-se ao elemento ígneo assim resultando em um sub-elemento importantíssimo: a fumaça (ar).
O ar é o segundo elemento mais importante por onde a energia vegetal se propaga. O ar é o expansor dessa força viva. Por ele, propagam-se os aromas e as essências vibratórias vegetais.
Preparar uma defumação pode parecer tarefa para poucos, mas não é não. Você vai precisar de carvão, esse usado para churrasco mesmo; um pouco de álcool de boa qualidade, ou álcool em gel, preferencialmente que não contenha mais água que álcool; e um incensário, também chamado de turíbulo, de qualquer material, ou melhor e mais barato ainda, aquela latinha de chocolate em pó que sobrou.
Preparação das ervas
As ervas já devem estar separadas na quantidade necessária para a defumação, ou seja, um punhado de cada ou mais, dependendo do tamanho do lugar a ser defumado e do número de pessoas presentes. O número de ervas a ser utilizado depende da finalidade da defumação. Um preparo limpador de ambientes e de pessoas sempre deve ter número ímpar de ervas; por se tratar de desfazer algo, o ímpar é o número da desagregação. Um preparo harmonizador e equilibrador pode ter número ímpar ou par. Um preparo atrator de sentimentos, prosperidade, energético, deve ter sempre número par. Siga sua intuição, ela é sua melhor orientação.
Ao separar as ervas, coloque-as em recipiente próprio, que pode ser uma pequena bacia, um pote plástico, enfim o que você tiver à mão. Misture-as com as mãos e vá mentalizando aquilo que você quer que ela (a defumação) realize. Sinta a erva em suas mãos e deixe as energias vegetais envolvê-lo. Faça a reza para acordar a erva seca e a reza ativadora do fogo. Para defumações de limpeza e descarga de ambientes, sempre caminhar com a fumaça de dentro para fora da casa, ou seja, dos fundos da casa em direção à porta de saída, passando por todos as dependências. Deixando o incensário, se possível do lado de fora.
Se for apartamento ou algum lugar onde não possa proceder dessa forma, deixe dentro mesmo. Não é esse ato que irá mudar a ação, é seu comportamento espiritual de Amor e Bom Senso. Se o objetivo da fumaçada é abrir os caminhos, harmonizar e equilibrar os ambientes, energizar o local e as pessoas, faça o contrário: defume da porta de entrada em direção ao fundo da casa, passando por todos os cômodos. Coloque as ervas sobre o carvão e defume.
Se quiser, cante pontos de Jurema ou reze durante a defumação, pedindo tudo aquilo que é o objetivo da magia. Sempre me perguntam sobre os incensos e defumadores comerciais e mesmo os artesanais. Você pode usá-los sem problemas, mas eu recomendo que sinta primeiro o uso do produto pronto e daquele que você mesmo vai preparar. Veja com qual você percebe o melhor resultado. Isso é muito pessoal. Faça a ativação do incenso ou defumador em tablete, da mesma forma que faria da defumação preparada por você.
Ao acendê-lo, mentalize uma aura energética que pode ser verde, dourada, azulada ou cor de rosa, em volta do incenso e deixe sua fumaça carregar essa aura por onde se expandir.

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