quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os 7 Ensinamentos da Umbanda



1 – Humildade – Ao vestir o branco, entender o porque dessa cor, ela simboliza a pureza das atitudes, a clareza espiritual. Você, ao por os pés no terreiro, entra com quais pensamentos? Você se sente um médium preparado para servir de intercambio entre os mundos?

2 – Boa vontade – Se você iniciou por amor ou pela dor, não interessa, você está dentro agora. Qual sua boa vontade? Esta com o coração aberto? Esta livre de pensamentos contrários ao momento? Ao pisar em frente ao congá, traz sua mente para a quietude? Ao se curvar nos momentos de oração, você abre sua mente e seu corpo para o trabalho caritativo?

3 – Seriedade – Já sabendo que o momento necessita de humildade e boa vontade, você esta ali para ajudar a SI e as outras pessoas? Ou esta ali para elevar alguma parte escondida do seu EGO, se fazendo passar por calmo, sereno e paciente, mas na escuridão do seu ser, um vampiro que esta se deliciando com toda a atenção que você recebe. Você é daqueles que acha que "seu" guia é superior a todos, o melhor? Cuidado, você pode estar recebendo um caboclo de meia-pena, e nem se deu conta…

4 – Fé – Até aonde sua fé é capaz de chegar? Você realmente acredita nos seus guias? Tem alguma dúvida sobre o plano espiritual, se não possui, então você é daqueles médiuns que nunca pararam para pensar…"Será que não sou eu ?…" no momento em que seu guia, diz algum conselho a alguém, ou simplesmente tem uma postura que você acha no mínimo "estranha".

5 – Tranquilidade – Você é capaz de manter a calma, nos momentos mais complicados, aonde a vida lhe exige um pouco mais de tenacidade com relação aos acontecimentos ? Ou você já põe a culpa dizendo ser filho desse ou daquele santo, e sai distribuindo farpas energéticas negras em direção as pessoas que não tem nada com os seus dissabores diários.

6 – Cumplicidade, até aonde você deixa o sossego do seu lar, para ajudar a quem esta toda semana, ou a cada 15 dias, a espera de uma mensagem amiga, de um conforto espiritual? Até aonde você se sente responsável pelo que acontece à sua volta?

7 – Respeito – Você tem respeito pela hierarquia da casa que lhe acolheu no momento em que você precisava? Você tem respeito para com seus irmãos, mesmo sabendo que algum possa estar agindo "injustamente", para com você? Você tem respeito, pelos que estão sentados, em frente ao congá, esperançosos, curiosos, ou mesmo aqueles que nem sabem o que estão fazendo naquele lugar, mas no fundo são filhos do mesmo Deus, do mesmo Criador, então, tão dignos de respeito como o que você quer receber.

Já pensou nisso?

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O que é Cambono?



Cambono é um secretário das entidades. Ele zela pelo bom atendimento, ajuda a dinamizar as consultas, facilita o trabalho das entidades e serve também como intérprete destas.
O cambono, na verdade, é um médium em desenvolvimento ou que não incorpora. Também podem ser utilizados os outros médiuns em regime de escala. O seu trabalho dentro do Templo é tão importante quanto o dos demais médiuns e, mesmo sem estar incorporado, ele é parte integrante de todo o trabalho espiritual, pois os Guias Espirituais se utilizam dele para retirar as energias que serão utilizadas no atendimento aos consulentes. Muitas vezes, um Guia Espiritual tem dificuldades de adentrar no íntimo do consulente devido à densidade energética presente na pessoa e lança mão da presença do cambono e, através deste, fazendo como que “uma ponte”, consegue auscultar o íntimo da pessoa.
Como o trabalho do cambono é de secretário, ele deve, antes de tudo e se possível com um dia ou mais de antecedência, deixar preparado todos os apetrechos de trabalho que costumam ser utilizado pela entidade a qual irá cambonear. Ele precisa saber os hábitos de trabalho da entidade em dias de atendimento ou, se for a sua primeira vez, deve se informar sobre o que precisará ter em mãos, caso seja pedido, evitando assim atrasos desnecessários durante as consultas. O cambono, na verdade, precisa ter conhecimento de todo o culto e de todas as entidades, precisando, então, prestar muita atenção à atuação delas durante as giras.
Sempre que solicitado, o cambono deve ajudar as entidades a se comunicarem com os consulentes, desde é claro, que seja treinado para isso e também que seja muito atento a tudo o que a entidade solicitar.
Na verdade, o cambono, em alguns casos, poderá explicar de uma forma mais simples ou mesmo interpretar o que for dito para que o consulente não distorça as palavras das entidades. Lembre-se de que para este trabalho o cambono deverá ser preparado em uma espécie de estágio nas Giras de desenvolvimento para que possa saber como as entidades trabalham.

O cambono, antes de qualquer coisa, é pessoa de extrema confiança do Pai ou Mãe da casa, assim como da entidade que estiver atendendo; portanto, caso perceba qualquer coisa estranha, qualquer coisa que não faça parte dos procedimentos normais, deve reportar-se ao Guia-chefe ou ao Pai ou Mãe da casa na mesma hora. É por isso que é tão importante, e necessário, que o cambono saiba todos os procedimentos de trabalho e todas as normas da conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do Templo.
O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre tudo o que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo o cambono deve ter e fazer.
Sem a ajuda de um cambono, os trabalhos tornam-se lentos e o atendimento aos consulentes ficaria difícil, principalmente se o Templo atender um grande número de pessoas. Para que tudo transcorra de forma satisfatória, a presença de um cambono é de grande necessidade dentro do Templo, mas este não deve jamais confundir a entidade com a pessoa, isto é, ele é cambono do Guia Espiritual e não daquele médium, que é apenas um irmão dentro do Templo. O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos.
Uma prática útil e aconselhável dentro de um Templo é a troca de cambonos entre as entidades. Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a tratar todas as entidades da mesma forma, sem criar laços afetivos exagerados. Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas a afinidade espiritual só é saudável se não conduzir à dependência; portanto, o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência.
Obs: Somente o Guia-Chefe deverá ter um cambono fixo e da confiança do sacerdote, pois provavelmente participará ativamente de todas as resoluções tomadas em relação a médiuns e ao Templo. Normalmente, o Guia-Chefe requer certa rapidez e presteza em seus atos e atendimentos, e só um cambono fixo poderá se prestar eficientemente como auxiliar.

Materiais básicos que os cambonos precisam ter durante os trabalhos:
Uma malinha (tipo mala de ferramentas), para colocar seus apetrechos de trabalho.
Uma sacolinha, pendurada no pescoço, com todo o material necessário para o atendimento imediato dos guias, como: isqueiro – caneta – bloquinho de papel, etc.
Um pano de cabeça (se for de uso do seu Templo).
Uma toalhinha branca (para higiene).

Veja bem: esta é uma lista de material utilizada normalmente. Desde que saiba qual entidade irá cambonear, o cambono deve saber se ela usa materiais específicos, tais como ervas, velas, bebidas, ferramentas de trabalho, etc. e se organizar junto ao médium com o qual trabalhará para ter tudo por perto.
É importante saber que todo o material de uso das entidades é de responsabilidade do médium que a incorpora e que o trabalho do cambono é estar atento para que este material não falte ou acabe, devendo comunicar o médium com antecedência quando o material estiver acabando.
Obs: O Cambono é um auxiliar do Templo e não um empregado dos médiuns. A educação e a lisura devem estar presentes a todo instante.

O QUE É SER UM CAMBONO

Os Cambonos são médiuns de sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns ostensivos (de incorporação mediúnica) nos trabalhos de uma Casa Umbandista; eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade.
O Cambono, médium de sustentação, é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos.
Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados.
Ao contrário do que se pensa, os médiuns cambonos de sustentação são tão importantes quanto os médiuns de incorporação, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho, enquanto os médiuns de atendimento fazem a sua parte e desenvolvem o trabalho assistencial.
Além disso, são eles também que ajudam os médiuns de incorporação, como já foi escrito linhas acima.
Considerando esse papel, podemos listar alguns requisitos importantes para os médiuns de sustentação:

Responsabilidade
Tanto quanto o médium de incorporação, o médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não.

Firmeza mental e emocional
Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.

Equilíbrio vibratório
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos o cambono, médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.
Para isso, deve observar sempre a prática dos ensimanentos do templo, ou algo similar, bem como a preparação necessária na noite que antecede o trabalho e no dia propriamente dito, cuidando do descanso, da alimentação, da higiene física e mental, dos banhos ritualísticos, da firmeza da sua guarda, etc.

Compromisso com a casa, o grupo, os Guias Espirituais e os assistidos
O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:
• Com a casa que trabalha: conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de seguí-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.
• Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.
• Com os Guias Espirituais: lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.
• Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.

Ausência de preconceito
O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc.
Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.

Discrição
O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.
Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.

Coerência:
Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.
Como vemos, as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.

CONCLUSÃO
Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.

Fonte: Trecho extraído do livro: O ABC do servidor umbandista.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ciganos na Umbanda


São entidades que há muito tempo trabalham na Umbanda, mas normalmente se manifestam sob domínio da linha do oriente, entre outras. Isso é possível pelo fato da energia de trabalho ser a mesma, o que muda é a forma de manipular os fluídos, uma vez que os ciganos usam uma relação material, energética, elementar e natural, assim como o povo da esquerda, enquanto que o povo do Oriente manipula esses elementos através de seu magnetismo espiritual.

Sempre se faz necessário deixar claro que uma coisa é ‘Magia do Povo Cigano’, ou ‘Magia Cigana’, e outra coisa bem diferente são as Entidades de Umbanda que se manifestam nesta linha de trabalho. Existe uma pequena semelhança somente no poder da Magia, mas suas atuações são bem diferentes pois as Entidades de Umbanda trabalham sob domínio da Lei e dos Orixás, conhecem Magia como ninguém e, principalmente, não vendem soluções ou adivinhações.

Entre as legiões de Ciganos os nomes mais conhecidos são: Cigano Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros. Da mesma forma temos as ciganas, como: Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmencita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.

Os espíritos que se manifestam como Ciganos na Umbanda não trabalham a serviço do mal ou para resolver nossos problemas a qualquer custo, mas é importante saber que eles dominam a MAGIA e preservam a LIBERDADE e ,tanto quanto em qualquer outra linha de trabalho da Umbanda, teremos aqueles espíritos que não agem dentro do contexto da Lei, os chamados ‘quiumbas’, que se encontram espalhados pela escuridão e a serviço das Trevas. Portanto, é imprescindível o bom nível espiritual do médium para trabalhar com essa linha para que não atraia esses tipos de espíritos pela Lei da Afinidade.

Os Ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada Cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação. Uma das cores, a de vinculação vibracional, raramente se torna conhecida mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.

É muito comum os Ciganos usarem em seus trabalhos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes, baralho, espelho, dados, moedas, medalhas e até as próprias saias das ciganas, que são sempre muito coloridas, como grandes instrumentos magísticos de trabalho.

Os Ciganos são dotados de uma sabedoria esplendorosa, trabalham com lindos encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, escolhendo datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua.

Gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante música, dança, frutas, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, com jarras de vinho tinto com um pouco de mel e ainda podemos fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal ou mel. Não podemos esquecer: flores silvestres, muitas rosas, velas de todas as cores e, se possível, incenso de lótus.

Adoram fogueiras onde dançam e cantam a noite toda, aproveitando do poder das salamandras para consumir todo o negativismo e acender a chama interna de cada Ser.

Os Ciganos têm em Santa Sara Kali as orientações necessárias para o bom andamento das missões espirituais.
Salve o Povo Cigano!

Símbolos Ciganos:

TAÇA – simboliza união e receptividade. Qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.

CHAVE – simboliza as soluções. É usada para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave, quando em trabalho, costuma atrair sucesso e riquezas.

ÂNCORA – simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro e para se livrar de perdas materiais.

FERRADURA – simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.

LUA – simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo, atentando-se sempre para as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia.

MOEDA – simboliza proteção e prosperidade. É usada contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que são representadas pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.

PUNHAL – simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado nas cerimônias ciganas de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos e em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

TREVO – simboliza a boa sorte. É o símbolo mais tradicional de boa sorte, traz felicidade e fortuna. É raro encontrar um trevo de quatro folhas na natureza, mas quando se encontra pode-se esperar sempre prosperidade.

RODA – simboliza o ciclo da vida. A Samsara representa o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento. É usada para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio, é o grande símbolo cigano e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) – Literalmente significa “viajando”, o ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance a liberação. Vurdón (romanês ou romani – dialeto cigano) significa “carroção”.

CORUJA – simboliza “o ver totalmente”. É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver a totalidade: o consciente e o inconsciente.

Oração a Santa Sara:

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir. Senhora, protetora dos Ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo proteja-nos e ilumine nossas caminhadas.

Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos.

Ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais. Ajude os necessitados, dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.

Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar neste momento. Dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida. Santa Sara milagrosa, protetora do Povo Cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.


Muito Axé a todos!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Vícios anímicos dos médiuns


Certos vícios anímicos propagam-se por vários médiuns, que na fase do seu desenvolvimento os copiaram do médium principal do local onde iniciaram seus primeiros passos para o despertar de sua faculdade. Trata-se, neste caso, de um animismo coletivo, próprio de determinados trabalhos espíritas doutrinários ou mediúnicos ainda incipientes.
  
Quando os candidatos a médiuns têm a sorte de se colocar sob a direção de outros médiuns estudiosos, sensatos e avessos às fórmulas, aos símbolos, às chaves ou ao fraseado pomposo, eles também desenvolvem sua faculdade sem as excrescências anímicas que tanto obscurecem ou ridicularizam a prática mediúnica.
  
Há médiuns que, devido ao estudo incessante das obras espíritas e indagações esclarecedoras, progridem tão rapidamente no primeiro ano do seu exercício mediúnico, que ultrapassam em conhecimentos e experiências aquilo que os seus companheiros comodistas, preguiçosos, displicentes ou setoristas não conseguem em 20 anos de trabalho. Estes últimos vivem repetindo as comunicações fastidiosas tantas vezes repisadas, usando dos velhos chavões e da eloquência sentenciosa de sempre, enquanto permanece vazio de qualquer proveito espiritual o conteúdo do que transmitem.

Pensando que o desenvolvimento mediúnico se resume na exclusiva operação de "receber" entidades, eles se habituam à mesma chapa mediúnica usada há vários anos, enquanto se cristalizam no animismo improdutivo, que impede os guias de expor qualquer assunto novo aos encarnados, pela impossibilidade de atravessarem o paredão granítico de um condicionamento tão pobre de recursos intelectivos e de conhecimentos espirituais.

Em face do "tabu" inescrutável, espécie de dogma espírita, de que tudo aquilo que o guia diz ou ensina deve ser observado religiosamente, os médiuns novatos aceitam cegamente e sem qualquer pesquisa corajosa o que expõe o médium senhor do trabalho, que também pode ensinar tolices à guisa de conceitos de elevada filosofia espiritual. Em consequência, em breve surge o animismo coletivo, resultando em cópias fiéis dos mesmos chavões, habituais de aberturas de trabalho, das preleções pomposas, dos cacoetes mediúnicos e os tons de voz dramática e altissonante.

domingo, 12 de agosto de 2012

PAI

"Existe um homem que se esmera no comprimento do dever para dar bom exemplo: Que fica humilde, quando poderia se exaltar; Que, com o coração dilacerado, se  embrutece para se impor como um juiz inflexível; Que, na  ausência, usam-no como temor para evitar uma ação menos  correta; Que quase sempre, é chamado de desatualizado; Que apenas  fisicamente, passa o dia distante, na labuta, por um futuro melhor;   Que esta sempre pronto a ofertar uma palavra orientadora ou relatar  uma atitude benfazeja que possa ser imitada;  Que, vibra, se emociona e  se orgulha pelos feitos daqueles que tanto ama. Esse homem geralmente, se  agiganta e passa a ser O valor inexorável quando deixa de existir.  Nunca perca, pois, a oportunidade de devotar muito carinho e amizade  àquele que é seu melhor amigo, apesar de qualquer outra coisa:  SEU PAI."

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Doces Enganos

Ela menina flor, beirando os 15 anos, idade linda em que toda jovem sonha com o rapaz encantado que a fará feliz, ou modernamente, sofrer menos. Ouviu falar que no bairro onde morava havia um templo de umbanda e junto com uma amiga, para dar força, procurou a tal casa, porque tinha urgência em falar com Pai Ambrósio, preto velho, que trabalhava ali e esta noite seria sua grande oportunidade. Seus pais sairiam para jantar com amigos e as garotas aproveitariam para dar uma chegadinha ao tal lugar. Diziam que era muito bom.
                  
            Escutara nas conversas dos amigos que o tal do preto velho era o máximo. Acertava tudo. Não deixava escapar nada. Tinha a língua afiada.   E assim a imaginação fértil das pessoas atiçou mais ainda a sua curiosidade.
              Chegaram cedo ao templo, para pegar um bom lugar e receberam as primeiras fichas, que eram distribuídas por ordem de chegada.
  Porém para consultar com o preto velho primeiro tinha que assistir à palestra. Depois começava a chamada para os atendimentos.
                - Ai que chatice!  Pensou ela. Sabe lá as besteiras que vou ter que ouvir! Tomara que valha a pena. Só me falta ouvir um monte de baboseira evangélica. Pior ainda se ficarem só falando de umbanda, orixá, caboclo. Não entendo nada disso.
                - E se pedirem alguma coisa? Parece que eles pedem animais. Será que vou ter que trazer um galo preto? Cruzes! E fez o sinal da cruz arrepiando-se toda.
- Se eu pudesse dar um jeito, mas não conheço ninguém aqui.
                 Enquanto seus pensamentos tomavam corpo e trocava ideias com a amiga, não reparou que o salão ficou lotado, todas as cadeiras ocupadas, pessoas do lado de fora. Não percebeu a música suave nem a atmosfera tranquila do lugar. Só pensava em quando iriam começar os trabalhos da noite. Estava muito ansiosa, quase não conseguia parar quieta.
                  Havia escutado que os “batuqueiros” se vestiam com roupas muito estranhas, verdadeiras fantasias, cheios de penduricalhos, tocavam tambor, cantavam, rodopiavam, fumavam charuto e bebiam cachaça. Já estava ficando arrependida de ter ido até lá. O que será que ia acontecer? Que tipo de gente era aquela?
                 - Ai Jesus! Tô com vontade de ir embora.
Mas a causa que a levara até ali era tão importante que mesmo com receio resolveu esperar. Ouviu a palestra que para sua surpresa foi interessante. O tema abordado foi os peditórios aos amigos espirituais. Interessante pensou. Tem gente que pede cada coisa.
                   Quando chegou sua vez entrou no abaçá tremendo, mal conseguia caminhar, os joelhos não obedeciam. E a distância da assistência ao local onde estava pai Ambrósio parecia imensa, quilométrica.
  Surpreendeu-se ao ver que os trabalhadores usavam roupas brancas simples, uma guia no pescoço, pés descalços e nada mais. Bem diferente daquilo que ouvira. Ninguém na casa falava alto e sempre se dirigiam as pessoas em tom fraterno e tranquilo. Sem gritaria, sem estardalhaço. Ninguém ali bebia cachaça, não viu os médiuns fumando charuto espalhafatosamente. Apenas galhos de arruda, de alecrim e malva cheirosa, o que deixava um aroma reconfortante no ambiente.
- Como falam besteira, pensou. Surpresa com o que via. Tudo é tão simples neste lugar. Nem parece casa de umbanda.
Mais surpresa ficou quando percebeu que seria atendida por um médium maduro, mas que não era velho nem preto, entretanto estava curvado, sentado em seu banquinho e cumprimentou-a com uma fala mansa e arrastada. Sorridente. Simpático.
   Mais confiante com a acolhida relaxou. Depois que recebeu o passe sentiu-se mais calma e expôs a pai Ambrósio a imensa preocupação, que de seus quinze anos ainda incompletos, carregava em seu coração de menina-mulher. 
 Reconfortada pelo preto velho, confidenciou que estava apaixonada, perdidamente apaixonada, por um garoto dois anos mais velho que ela. E o grande drama de sua alma, de seu momento existencial, era se podia “ficar”, namorar com o rapaz, sem que ele a deixasse em seguida. Será que ele a faria sofrer abandonando-a depois de “ficar”?  Podia confiar nele? Tinha futuro o namoro? Não queria ser descartada e sofrer uma grande desilusão amorosa. Será que o moço queria compromisso sério ou diversão?
  Pai Ambrósio com a alma cheia de compaixão por aquela criança, despertando para a vida adulta e com preocupações tão infantis, desprovidas de qualquer aquisição mais elevada, carregada de sentimentos materialistas e apelo puramente sensual e físico, aconselhou a garota a falar com seus pais e contar suas preocupações. A dividir com a mãe suas angústias em relação ao momento de transição que estava vivendo, de menina para mulher.
Perguntou a ela se conhecia a família do rapaz, como era o comportamento dele em relação aos estudos, compromissos com a família, amizades e divertimentos. Mas ela não o conhecia direito. Sabia muito pouco sobre ele, na verdade, quase nada. Apenas se sentia atraída e não queria correr o risco de ser passada para trás. Só isso. Os pais não tinham opinião a respeito.
Aconselhada a refletir melhor sobre a questão, ficou levemente contrariada, porque queria que o preto velho desse a ela a certeza absoluta se podia ou não encarar o namoro. Nada mais lhe interessava.
Assim se comporta a sociedade moderna. As pessoas buscam sensações e prazeres materiais. Não existe preocupação com as consequências das insanidades cometidas que podem afetar e prejudicar seriamente a própria vida e a dos demais seres envolvidos nos enganos e promessas infelizes. Apenas gozo. Apenas momentos de êxtase. A vida está resumida em banalidades, ações que anestesiam os sentidos, que exaurem as energias causando estresse e desequilíbrios de longo prazo como doenças e depressões que afetam a humanidade atualmente. Enquanto o imediatismo, o consumo desregrado e a preocupação com o corpo for à mola que move a sociedade, teremos pais despreparados e indiferentes em relação aos problemas dos filhos, pela falta de diálogo e interesse sobre os mesmos. A maioria dos pais não está preocupada em dar a seus filhos orientação religiosa e espiritual segura. Noções de ética e moral. A ensinar que liberdade pressupõe responsabilidade e que juntas geram consequências, que se não forem bem administradas poderão apresentar resultados desastrosos para o futuro.