quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O que é ajuda espiritual?

Hoje em dia o termo ajuda espiritual é abordado e usado em várias correntes religiosas e conceitos doutrinários. Não importa se é dito em igreja ou em Terreiro, ajuda espiritual é o “chavão” de chamada para todas as pessoas que estão passando por dificuldades das mais diversas ordens. 
Muitos se apegam a esta ideia como um recurso de salvação ou de mudança mágica para os problemas do cotidiano.  Quem está com problemas não mede esforço ou conseqüência para resolver, e isso muitas vezes pode gerar mais problemas.  O conceito de ajuda espiritual acaba girando em torno de troca ou favor, ou melhor, vira sinônimo de 
E afinal de contas, o que é ajuda espiritual? 
Ajuda espiritual é o ponto de partida de uma consciência em relação à sua existência; é a diferença entre necessidade e vontade!
Difícil? Sim, bastante.
Estamos nesta passagem com mais uma oportunidade de melhorar, crescer, superando as adversidades, correndo o risco de errar e tendo a chance de acertar. A presença dos Amigos Espirituais serve para nos orientar, erradicando a sensação de abandono e desconforto da dúvida.
Os Amigos Espirituais são a mão aparadora nos momentos de escuridão e dor.  São pais, mães, irmãos, amigos e muito mais. Trata-se da nossa Família Espiritual. 
O maior erro em relação à ajuda espiritual é o vínculo se tornar vicioso, vampírico e alienado.  Sua vida vai mudar a partir das suas iniciativas; o seu futuro é o resultado das suas escolhas no presente. Adivinhar o dia de amanha é como jogar uma pedra para o alto e acreditar que ela irá cair em outro lugar… 
Jogue suas pedras e faça a sua aposta. Não existe solução mágica para o seu problema, seja pagando ou buscando gratuitamente. A mudança vem do foco e da consciência em relação ao erro; se você não mudar os seus hábitos eles lhe farão de escravo e tudo vai continuar igual.
Vai pedir ajuda espiritual? Então peça:
Visão, clareza, consciência, discernimento, razão e sensibilidade.
Peça para que todos os seus paradigmas sejam quebrados, que a casca grossa e dura imposta pelo valor social seja destruída e que você possa ter inspiração para se guiar pelo Divino.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PENSAMENTO


O silêncio é uma prece. 
Mas não apenas o silêncio verbal e sim a quietude da mente, que precisa diminuir o ritmo para manter-se sã. 
Trabalhe isso.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Dúvidas? Quem não as tem?


Buenas irmãos de fé,

Tudo que posto aqui e no blog são textos próprios ou adaptados por mim para melhor apresentação e entendimento de todos. Retiro os textos de sites, livros ou experiência próprias.

São quase todos textos sobre dúvidas, relatos e questionamentos que tive no decorrer de minha vida espiritual.

Sei que tanto o médium como o consulente possuem muitas dúvidas e questionamentos sobre a umbanda, espiritualidade, incorporação, etc...

Como ninguém é portador de todas as respostas para tudo, humildemente coloco o pouco conhecimento que tenho a disposição de quem tenha interesse em perguntar, conversar ou até mesmo discutir algo sobre o que posto ou mesmo qualquer dúvida que venha a ter sobre a religião.

Como disse uma vez o caboclo das sete encruzilhadas:

“...com quem sabe mais
nós iremos aprender,
a quem sabe menos
nós iremos ensinar,
e todos poderão
se manifestar...”

Saravá fraternos a todos irmãos de fé.
Salve a racionalização da umbanda!
Rubio Nunes


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Anjo da Guarda


Cada tradição explica o Anjo da Guarda de uma forma diferente, embora nos sejam mais familiares os conceitos do Judaísmo e Catolicismo. Mas é fato que já existia este conceito nas culturas suméria, babilônica, persa (zoroastrismo) e outras da Mesopotâmia, no Oriente Médio antigo.
No Espiritismo (Doutrina de Allan Kardec), além de Deus, todas as formas de vida seguem uma mesma e única via de origem e evolução: tudo que vive é, foi ou será espírito. Logo, anjos são espíritos e anjo da guarda é um “espírito tutelar”, que muitos confundem com seu “espírito protetor”, “guia espiritual” ou “mentor”.
O esoterismo se apropriou dos 72 nomes de Deus na Cabala Hebraica, que são potências de Adonai, atribuiu vogais para estes “nomes potencias” e os identificou como “anjos”, fazendo surgir uma tabela com nomes de anjos (72 anjos) relacionados com os 365 dias do ano, em que se faz identificar pela data de nascimento o nome de seu anjo e quais suas qualidades. Embora em todas as tradições antigas anjo da guarda não tenha nome conhecido, passou-se a identificar estes nomes de anjos como sendo a identidade dos “anjos da guarda”. Este conceito surgiu em torno do século XVII na obra de cabalistas cristãos e se popularizou pela Alta Magia Cabalista Cristã de Papus e Eliphas Levi.
Dentro do modelo católico, São Tomás de Aquino foi considerado “Doutor Angélico” e  estruturou (ou codificou) os conceitos oficiais desta Igreja sobre o que são ou quem são os anjos. Archibald Joseph Macintyre em seu livro “Os Anjos, Uma Realidade Admirável” apresenta de forma resumida as condições da questão CXIII da Suma Teológica, que é de São Tomás de Aquino, como podemos ver abaixo:
1 – Os homens são custodiados pelos Anjos. Isto porque, como o conhecimento e as aflições dos homens podem variar muito, vindo a desencaminhá-los do Bem, foi necessário que Deus destinasse anjos para a guarda dos homens, de modo que, por eles, fossem homens orientados, aconselhados e movidos para o Bem. Pelo afeto ao pecado, os homens se afastam do instinto do Bem natural e do cumprimento dos preceitos da Lei positiva e podem também desobedecer às inspirações que os anjos bons lhes dão invisivelmente, iluminando-os para que pratiquem o Bem. Por isso, se um homem vem a perder-se, isso se deve atribuir à malícia do homem e não à negligência ou incapacidade do Anjo da Guarda.
2 – A cada homem custodiado corresponde um “anjo custódio” distinto. Cada anjo tem sob sua responsabilidadeuma alma que lhe compete procurar salvar.
3 – O anjo da guarda livra constantemente seu protegido de inumeráveis males e perigos tanto da alma quanto do corpo, dos quais o homem não se dá conta. Vimos como Jacob se dirigiu a José (Gen – 48,10): “Que o Anjo que me livrou de todos os males abençoe a essas crianças.”
4 – O anjo da guarda impede que o demônio nos faça o Mal que desejaria fazer. Lembremo-nos da história de Tobias mencionada neste e no capítulo 3.
5 – O anjo da guarda suscita continuamente em nossas almas pensamentos santos e conselhos saudáveis (conforme se lê em Gen – 16,18; At. 5,8,10).
6 – O anjo da guarda leva a Deus nossas orações e pedidos, não porque Deus, onisciente, necessite disso para conhecê-los, mas para que ouça benignamente. Implora por iniciativa própria os auxílios divinos de que iremos necessitar, sem que disso nos demos conta e sem que, muitas vezes venhamos a saber que recebemos esses auxílios (ver Tobias – c.3 e 12; Atos – c.10).
7 – O anjo da guarda ilumina nosso entendimento, proporcionando-nos as verdades, de um modo mais fácil e compreensível, mediante o influxo que pode exercer em nossos sentidos interiores.
8 – O anjo da guarda nos assistirá particularmente na hora da morte quando mais dele iremos necessitar.
9 – Os anjos da guarda, segundo opinião piedosa de grandes teólogos, acompanham as almas de seus protegidos ao Purgatório e ao Céu depois da morte, como acompanhavam as almas dos antigos patriarcas ao “Seio de Abraão”, expressão que simboliza a união com o pai. De fato, a Igreja apoiando e confirmando essa crença, na cerimônia da encomendação da alma a Deus, ao descer o corpo à sepultura, como última oração, reza: “Ide a seu encontro Anjos do Senhor; recebei sua alma e conduzi-a à presença do Altíssimo (…); que os Anjos te conduzam ao seio de Abraão”.
10 – O anjo da guarda, ainda, segundo a opinião de muitos teólogos, atendem às orações dirigidas pelos fiéis à alma de seu custodiado quando esta se encontra no purgatório, “em estado não de socorrer, mas de ser socorrida” (2-2 Q.83 a. 11. ad 3). Por isso, as súplicas dirigidas às almas do purgatório são das mais eficazes, pois são impetradas pelo anjo da guarda da alma a quem se recorre.
11 – O anjo da guarda acompanhará eternamente no Céu a seu custodiado que alcançou a salvação, “não mais para protegê-lo, mas para “reinar com ele” (1.Q.113 a.4) e “para exercer sobre ele algum mistério de iluminação” (1 Q, 108 a. 7 ad 3).
12 – O anjo da guarda não pode livrar-nos das penas e cruzes desta vida, enquanto Deus em sua infinita bondade as tiver mandado ou permitido, para nossa provação, santificação e purificação. Mas nos ajudará a suportar pacientemente, resignadamente e até mesmo alegremente as provações, encaradas como nossa modesta participação de solidariedade no Mistério da Redenção da Humanidade, o qual se realizou plenamente no Sacrifício do 
Calvário, com a morte de Jesus.
13 – O anjo da guarda nos protege contra a malícia humana, a injustiça, a hipocrisia, a falsidade, a mentira, a injustiça e os ciúmes daqueles que nos querem prejudicar. Sua veneração e invocação sempre nos hão de valer.

ANJO DA GUARDA NA UMBANDA
Na Umbanda podemos dizer que anjo da guarda é um mistério de Deus. Não é um espírito familiar, não é uma presença que tenha uma identidade humana, nem característica humanas. Poderíamos defini-lo como um “ser-mistério”, semelhante a uma divindade menor e pessoal dedicada ao seu tutelado. Cada um de nós tem o amparo de um anjo da guarda dedicado, o que guarda semelhanças com o conceito de Orixá pessoal, aquele acompanha, incorpora e guia seus médiuns.
Cumino_05_09_13_Anjo_Guarda_interna_umbandaeucurtoNo entanto, as funções de amparo do anjo da guarda são mais sutis e estão no campo mental. Eles não costumam se apresentar e muito menos incorporar. A função do anjo da guarda na criação é de dar sustentação e amparo individual, criando um halo de proteção em torno dos médiuns e mantendo seu mental equilibrado, desde que este médium consiga manter-se racionalmente estável. Por meio da vela oferecida ao anjo da guarda, os médiuns de umbanda conseguem fortalecer sua ligação com esse mistério e contar assim com uma proteção maior em sua vida. Pode-se oferecer água e/ou mel como elemento de ligação e potencializar esta relação. Basta para isso uma vela branca, um pires, um copo de água e mel.
Como proceder: Acenda a vela branca e segure-a com a mão direita à frente e acima da cabeça, faça este clamor: “Eu clamo a Deus, sua Lei Maior e sua Justiça Divina! Invoco meu Anjo da Guarda e ofereço a vós esta vela, peço que a imante, cruze e consagre em vosso poder se fazendo presente através dela em minha vida, em meu coração, palavras e mente!”
Encoste a vela em cima de sua cabeça e imagine a luz dela alcançando o infinito, no alto onde se encontra seu anjo da guarda com o Altíssimo, a luz sobe como um facho e quando alcança o anjo, a luz Dele desce por este facho o iluminando ainda mais até alcançar o alto de sua cabeça, entrando por seu corpo de dentro para fora e de fora para dentro o envolvendo todo em sua luz, neste momento dê sete voltas em sentido horário com a vela acima de sua cabeça.
Após feito isso coloque a vela em local seguro. Este pires pode estar num altar, acima de uma mesa ou no chão, pois o que importa é que no ato de acender e clamar a vela estava acima de sua cabeça, agora basta firmá-la em um local seguro. Pode ainda oferecer água e mel pedindo:
Meu anjo da guarda, vos ofereço esta água e este mel para que me proteja e envolva meu corpo material, astral e espiritual em vossos eflúvios e irradiações.  Me inspire bons pensamentos e ações, afastando o Mal de minha vida. AMÉM.

domingo, 17 de novembro de 2013

Início Mediúnico na Umbanda


O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações.

    É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”. A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a sua mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores.

    Acalmem-se todos! Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes. A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião. 

    Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto. Não se acanhem em dizer que são conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão margens à suspeitas de mistificação.

    Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade. Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam.

    O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas casas.



Salve a Racionalização da Umbanda!
Rubio Nunes

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais

Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.

Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas.

Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.

Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas:

· Pretos Velhos: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc.

· Exu: tridente, corrente, cachaça, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.

· Pombo Gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, jóias, perfumes, etc.

· Caboclos de Oxossi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, vinho, etc.

· Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, capa, cachaça, etc.

· Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, cachaça, cerveja escura,  etc.

· Baiano: chapéu, cigarro de palha, fitas, coco verde, facão, etc.

· Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.

· Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, algumas peças de couro, etc.

· Povo Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, jóias, almofadas, leques, saias, etc.

· Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.

Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.

Para que servem as ferramentas?

Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, jóias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.

Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.

Como são utilizadas as ferramentas?

Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar.

Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:

I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.

a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.

b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual.
              
II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.

a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração.

b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.

III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.

a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia.

b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.

IV.    Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.

a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.

b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.

V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.

a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.

b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.

VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.

a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes.

b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.

Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.

Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos?

Os próprios guias!

Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias.

Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, reforçando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.
          
E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?

Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambone do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco.

Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”. A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente.

E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego?

Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.


Salve a Racionalização da Umbanda!
Rubio Nunes

Usando o Branco, Por quê?

Por causa de Oxalá, a cor branca está associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.

Além disso, quando da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, no momento em que expressou as diretrizes da nova religião, a Umbanda, ele sugeriu que todos os médiuns, sacerdotes ou pessoas que participassem das sessões vestissem roupas de cor branca.

A cor branca sempre foi usada desde os tempos remotos para simbolizar a paz e a fraternidade. Nas antigas ordens religiosas do Oriente, encontramos a cor branca como sinônimo de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade.

Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados por utilizarem sua magia sempre para o bem, e suas vestes sacerdotais eram sempre brancas. Também consideramos que a cor branca dá a sensação de limpeza, beleza, paz e harmonia, por isso, tantos profissionais a utilizam para representar sua ação, como a área médica e a de ensino. Há, ainda, uma razão científica para o uso dessa cor.

"Segundo estudos e pesquisas elaborados pelo cientista Isaac Newton, descobriu-se que, quando a luz solar (branca) passa por um prisma de cristal, desdobra-se a cor matriz (branca) nas cores do arco-íris, provando assim que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores."

Em outras palavras...

Essas duas cores representam à união e a ausência de todas as cores e nos levam ao plano iniciatório ultrapassando a dualidade. São as cores do universo simbólico representado no tabuleiro do Xadrez, no preto que é luto no ocidente e no branco que é o luto no oriente, no branco que é a cor do vestido da noiva e no preto que a cor do fraque do noivo, no preto que é a noite insondável e no branco que é a neve que reflete a luz fria em altitudes inatingíveis.

O branco e o preto se alternam quando a palheta de cores atinge certa rotação, formando um desenho preto-branco e branco-preto criando uma nova unidade de cor. O branco é a pureza e o preto é atração magnética que tudo absorve, é o feminino e o masculino, o positivo e o negativo, o oriente e o ocidente, o yin e o yang, o sol que reflete a luz e a lua que absorve a claridade, é a presença e a ausência.

- Branco: pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição.

- Preto: poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério.

Na Umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca, representando a simplicidade e humildade. O branco representa e é a cor de Oxalá e além do sentido da pureza e da reverência ele traz a proteção espiritual para o médium, pois o branco É IRRADIADOR POR SI SÓ formando um campo de força único, fazendo com que o baixo astral não consiga enxergar ou caracterizar o médium protegendo-o dos ataques espirituais.

A cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris.

Na Umbanda por exemplo, aquela trazida pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, não é comum o uso de fantasias, adornos, enfeites, objetos brilhantes e coloridos, ou afins, como se verifica no candomblé ou kimbanda por exemplo, onde cada qual segue sua ritualística. Pode ocorrer de uma preta velha solicitar uma saia ou um lenço para simplesmente amarrar os cabelos... Mas uma outra visão sobre a vestimenta e apetrechos materiais utilizados pelos Guias Espirituais são como condensadores de energia, sendo um modo de concentrá-la e depois enviá-la ou dissipá-la no elemento apropriado.

Deve-se ficar atento diante das solicitações espirituais para que não haja influência do próprio médium perdendo todo o efeito de realização e descaracterizando a Umbanda de sua simplicidade, pois como diz Xangô, vestir branco é o branco interno e não o externo.


No entanto a roupa branca quando destinada aos trabalhos caritativos deve ser usada única e exclusivamente na hora dos trabalhos mediúnicos.

Saravá a todos irmãos.
Rubio Nunes

Início da Mediunidade


– Por que ficamos ansiosos?

A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa.
Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como:
• Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade;
• Ficar com os pontos cantados ecoando na mente;
• Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados;
• Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa;
• Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas rapidamente;
• Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto;
• Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos;
• Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade;
• Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede;
• Querer incorporar logo;
• Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade;
• Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações;
• Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados;
• Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer;
• Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas;
• Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor;
• Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém;
• Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável;
• Que suas entidades dêem logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos;
• Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados;
• Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades;
Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbandos como coisa comum de se acontecer. E de fato é, portando não se preocupe.
O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouvi-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.
Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.
Sempre pergunte e tire suas dúvidas, nunca fica remoendo na cabeça dúvidas e perguntas. ESCLAREÇA SUAS DÚVIDAS SEMPRE!
O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista.
Desperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.
E o velho adágio popular é verdadeiro : “Pau que nasce torto, morre torto”...

Saravá a todos irmãos.
Rubio Nunes