Exú

Ouve-se
muito falar das peculiaridades, aparências e linguagens dos Exús
Porém, pouco se diz sobre a vibração energética exu separada de
entidades espirituais que atuam enfeixados nela. Objetivamente, todo o movimento no cosmo em suas diversas dimensões
vibratórias é exu. Se não fosse exu o universo seria estático e não
haveria evolução. Desde o nascimento de uma estrela, um orbe, o balanço
das ondas do mar e das folhas em uma árvore tem incidência de exu. Exu
não é a energia primordial que forma tudo, mas a faz se movimentar. Se
assim não fosse, não teríamos os descensos vibratórios de espíritos para
encarnarem, assim como também ao desencarnarem não conseguiríamos
voltar para a dimensão astral, ficando “presos” na crosta. A própria
coesão molecular planetária é originada do movimento de aglutinação que a
vibração de exu propicia. Por isto se diz na umbanda que não existe
orixá sem exu. Quando manipulamos qualquer elemento, como flores ou
ervas para os orixás, na verdade quem transporta o fluído liberado é a
vibração de exu. Se exu tudo equilibra, abre e fecha, faz descer e
subir, seja na horizontal ou na vertical, quais são as tarefas e
peculiaridades das entidades que labutam nesta vibratória?
Primordialmente, podemos dizer que são guardiões do carma, do Eu
Crístico de cada individualidade. Atuam muito próximo ao Criador pela
aplicação da lei universal de causa e efeito. Assim, pertos d’Ele não
são dualistas e se expressam em similitude ao Uno e não se prendem a
julgamentos de certo ou errado, bem ou mal, milagre ou pecado, como nos
impuseram no inconsciente por milênios de culpa as religiões
judaico-cristãs. O que aparentemente pode ser um mal em nossa limitada
avaliação, para uma entidade exu é o necessário para o re-encaminhamento
de um filho à equidade de suas ações. Imaginemos que uma determinada
pessoa não admite que seu esposo seja médium umbandista. Afora colocar
seu nome em uma corrente de orações na igreja que freqüenta, arquiteta
vir junto com o pastor e mais um grupo de obreiros até o terreiro fazer
um “barraco” no dia da sessão em que seu esposo se encontra presente.
Ao sair de casa para ir de encontro aos demais, o exu guardião do médium
em questão, autorizado pelo guia chefe do terreiro no astral, dá um
“toque” em seus ouvidos fazendo-a ter uma crise de labirintite, o que a
impede de concretizar suas intenções. Numa outra tentativa, novamente
advém a crise de labirintite e o impedimento da esposa intrometida na
opção religiosa do esposo. Alguns dirão: “nossa, isto é uma maldade”.
Para exu, nada mais é do que aplicação da lei, dado que a nossa irmã não
está respeitando o livre arbítrio do companheiro e individualmente
premedita um escândalo perante uma coletividade. Perde assim todo o
direito de ação e tem a lei universal de causa e efeito contra si,
potencializada pelo interesse coletivo diante do egoísmo individual.
Exu não tem pena e não se liga emocionalmente. Ele simplesmente
cumpre a aplicação da lei que imputa a todos que somos nós os
responsáveis pelos nossos atos, doa a quem doer. Numa escala maior, exu
se apresentará afim em sua forma no meio que atuará. Se no meio feio e
de baixa vibração, será denso e horripilante para impor respeito. Nos
páramos celestiais, se iguala em beleza aos arcanjos como vemos nas
imagens católicas. A cada um de acordo com a sua afinidade e a do meio
que o cerca. Obviamente, se não houver merecimento para a atuação de
exu, nada adianta pedir em contrário. Há que se comentar que os pedidos e
oferendas para exu fazer o mal ao outro, arrumar namoradas, conseguir
empregos, derrubar desafetos, trazer amor de volta, e tantas outras
artimanhas desrespeitosas para com o livre arbítrio e merecimento do
próximo, nada tem haver com os verdadeiros exus da umbanda. Pode até ter
na fachada do terreiro o nome umbanda, mas aí o engambelo, o engodo e a
mistificação se fazem presentes, pois o falso exu tripudia encima do
verdadeiro se ancorando no imediatismo das pessoas que o invocam.
Enquanto persistir este escambo do toma lá da cá, teremos falsos exus,
assim como temos falsos caboclos, pretos velhos, ciganos,..., tal qual
existem engenheiros corruptos, médicos que fazem aborto, advogados que
aceitam propinas; em igualdade com os falsos encantadores de serpentes
ao longo da história.
E! Exu! Pisa no toco de um galho só... Pisa no toco, pisa no galho, galho balança, Exu não cai. Ô Ganga!
Por Géiro Maita
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