A criatura que se entrega definitivamente
ao exercício dos postulados salvadores do Cristo, decidida a conhecer sincera e
devotadamente o processo cármico que retifica os desvios do espírito e a
oportunidade abençoada da reencarnação, que é ensejo de recuperação do tempo
perdido, há de ser naturalmente despreocupada da doença e da morte. Desde que o
sofrimento purifica e a morte liberta o espírito da carne, não há razões, para
ela, para a tortura do medo ou a angústia pelos dramas da vida humana
transitória.
Embora o homem tenha o direito de procurar
o alívio da dor e a cura da sua doença, quando ele conhece o objetivo venturoso
da vida humana, criada por Deus, há de considerar a dor, a enfermidade ou o
câncer como fases do processo abençoado que, através das várias reencarnações
retificadoras, rompe as algemas do espírito preso à matéria.
Sem dúvida,
pois existem indivíduos “não eletivos”, como os “eletivos” para o câncer. A
diferença está em que os últimos produzem em si mesmos a condição psíquica
implacável para a manifestação cancerígena, ante o armazenamento da carga
morbosa no seu perispírito, gerada pelas imprudências pregressas. Buscando
recursos na terminologia médica, diríamos que tais seres provocam uma “arritmia”
psíquica, que termina por desorganizar-lhes a justaposição harmoniosa das
células construtoras do corpo físico. As toxinas do astral inferior, como
produtos de desequilíbrio espiritual, tendem a baixar à carne sob a lei de
gravitação astralina, dependendo apenas da oportunidade favorável, uma vez que
se tornam cada vez mais virulentas quando permanecem estacionadas na tessitura
delicadíssima do perispírito. Trata-se de espíritos que, ao se reencarnarem,
são fatalmente eletivos ao câncer, pois este funciona como um remédio drástico
que beneficia e purifica a alma faltosa.
Malgrado os apelos
médicos e a proifiaxia preventiva das campanhas e cruzadas contra o câncer, a
sua redução depende fundamentalmente da cristificação consciente e
desinteressada dos homens, constituindo-se renúncia deliberada contra os vícios
e as paixões que violentam o eletronismo básico da organização física. Mas não
é suficiente a simples adesão a qualquer seita religiosa ou filosofia
admiravelmente superior para obter-se a desejada solução terapêutica pois, se
isso bastasse, também não sucumbiriam de câncer os sacerdotes, os bispos, os
cardeais, as freiras, os pastores protestantes, os abalizados doutrinadores
espíritas, os sisudos teosofistas, os sentenciosos chefes de terreiros ou
líderes entusiastas dos modernos movimentos espiritualistas ecléticos. Nenhuma
droga farmacêutica, nenhum processo cirúrgico, nenhuma aplicação de
radioterapia, poderá extinguir prematuramente o morbo cancerígeno, cujas
raízes enfermiças aprofundam-se no terreno cultivado pelos desatinos pregressos da alma —
a grande esquecida de todos os tempos!
A cura
psíquica
conseguida pela renovação espiritual do homem há de se processar “de
dentro para fora”, entre as reencarnações sucessivas, quantos forem
necessárias a retificação do espírito faltoso diante das Leis Divinas...
Ramatís - Fisiologia da Alma.
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